sábado, 27 de março de 2010

Inventivas e Inovadoras dicas de Segurança dos Habitantes da Urbe


Sábado, por volta das 4h da tarde. Trecho entre as estações São Bento e Paraíso, mais uma vez no metrô paulistano. Uma moça e um rapaz entram no trem desviando das milhares de sacolas e pessoas que voltavam das compras na famosa 25 de Março. Acomodam-se perto da porta fechada e começam um diálogo que é, no mínimo, de utilidade pública.

Moça: Pois é. Trabalhar aqui no centro é super complicado, por que você vem toda bonitinha e bem vestida pra empresa, mas na hora de ir embora fica morrendo de medo de sair na rua. Sobretudo pra vir pro metrô. A partir das seis horas, fica cheio de trombadinha, bêbado, nóia...

Moço: Ah sim. Pra roubar bolsa, celular... Mas como você faz pra voltar?

Moça: Então... eu sempre voltava com uma amiga que mora perto de casa. A gente pegava o ônibus juntas, ali perto do Anhangabaú. Mas como ela entrou de férias esse mês, agora eu tô voltando pra casa de metrô.

Moço: Ué, mas você não falou que tem medo?!

Moça: Então, menino! Desenvolvi uma técnica pra ir tranquila pro metrô. Um dia eu tava saindo do trabalho mais tarde e não tinha ninguém pra ir comigo aí eu tava na rua e resolvi bancar a doida. Cheguei na rua comecei a chacoalhar o guarda-chuva e gritar: "Eu quero é que alguém venha aqui tentar me assaltar! Eu quero, porque eu tô louca pra pegar um... Vou bater! Vou bater até arrancar sangue!". Meu, o pessoal começou a se afastar de mim. Abrir alas, sabe? Aí eu vi que tava funcionando e continuei: "Eu quero! Se alguém chegar perto eu arrebento! Não gosto de ladrão! Vou bater até matar!". Fui gritando e gesticulando até a estação. Funciona, viu? Ninguém chega perto de mim da Praça do Patriarca até aqui.

Moço: Não acredito! Você tá fazendo isso todo dia?!

Moça: Tô.

Moço: Meu, como assim?! Você não tem vergonha de...

Moça: De não ser assaltada?! De não apanhar gratuitamente de nóia?! Eu não! Eu sei que a minha estrutura psicológica tá super bem, então não tenho problema nenhum em fingir de louca.

Particularmente, adorei a idéia. Ficou a dica. Quando for necessário, certamente farei o teste.


quarta-feira, 3 de março de 2010

Discovery Subway


O melhor da cultura pop atual dentro do transporte público.

Trecho entre a estação Sé e Marechal Deodoro, linha vermelha do metrô. Eram sete horas da manhã quando duas moças e um rapaz conversam. Enquanto isso, uma intrometida qualquer escuta o colóquio alheio:

Moça 1: Com todos esses problemas de aquecimento global, programa nuclear do Iraque e tal, todo mundo vai morrer. Vai ser que nem naquele filme, o 2012.

"Iraque fazendo programa nuclear? Será que ela quer dizer Irã?"

Moça 2: E vocês sabiam que esse negócio de 2012 é de verdade? Uma lenda asteca diz que o mundo vai acabar em 2012, no calendário deles. Vai acontecer que nem na vira de 99 pra 2000: uma pá de gente vai se matar, achando que o mundo vai acabar.

Rapaz: E ainda tem uns cara que mandam a galera se matar. Que nem aquele Inri Cristo dos EUA: mandou os cara se matar e eles se mataram. Aí depois, quando virou o ano pra 2000, foi pedir desculpa.

"INRI CRISTO DOS EUA?! Inri Cristo virou franquia ou tem modelo exportação?!"

Moça 1: É, mas dá medo mesmo é a bomba do Iraque. Se aquele presidente soltar as bombas, só vai sobrar as baratas. Vocês sabiam que só as baratas conseguem sobreviver a uma bomba atômica?

Rapaz: Duvido! Porque por mais que a bomba em si não faça mal, e se os prédio e as pessoas caírem em cima delas e esmagarem as cabeças?

Moça 2: Elas continuam vivas! Eu vi no Discovery Channel que as baratas vivem até 7 dias sem a cabeça.

E na estação Marechal Deodoro o trio desceu.

OBS: eventuais erros gramaticais se fazem presentes em prol da fidelidade ao jeito zé-trenzinho de falar.